Consumidores podem entender mais sobre aspectos da cadeia produtiva e da responsabilidade ambiental de cada produto. Entre as opções produzidas na Grande Reserva estão mel, própolis, bolinhos de barreado e frutos do mar, café de grãos moídos e torrados da palmeira juçara e até livros de receitas feito em parceria com comunidades pesqueiras
A Olha o Peixe, negócio de impacto social criado no litoral do Paraná que fortalece a produção local e promove o consumo consciente de pescados, acaba de lançar um novo site (olhaopeixe.com.br) e loja virtual (loja.olhaopeixe.com.br) para expandir a comercialização de pescados e também vender outras opções produzidas no território da Grande Reserva Mata Atlântica. O cliente pode adquirir os produtos tanto de forma pontual, como por um Clube de Assinatura, em que têm benefícios exclusivos e recebem combos surpresa de produtos, ou personalizam seu pedido mensal contendo peixes, frutos do mar e outros produtos com responsabilidade socioambiental da produção local.
No portal, agora, os consumidores podem ter acesso a informações ainda mais completas sobre o que estão recebendo para consumo. No caso dos pescados, por exemplo, passam a ter de modo mais detalhado características sobre a intensidade dos sabores de cada opção, a sazonalidade, probabilidade de um pescado ter espinhos ou não, indicações de consumo para as opções menos conhecidas, entre outras informações.
Na categoria dos produtos de negócios existentes dentro do território da Grande Reserva Mata Atlântica, como é o caso da Olha o Peixe, mas também de outras marcas como Banamel, Bolinhos da Serra do Mar e Beeland, por exemplo, o consumidor passa a poder ter acesso também a informações detalhadas sobre cada uma das opções, entendendo aspectos da cadeia produtiva e da responsabilidade ambiental que estão por trás de cada iniciativa.
Banamel | Foto: Divulgação
O empreendedor Bryan Müller conta que a intenção de criar a loja virtual para os pescados e também produtos locais da Grande Reserva da Mata Atlântica foi, tanto para dar visibilidade à diversidade de produtos da região e suas origens, como para compartilhar conhecimentos acessíveis sobre eles que facilitem o consumo e melhorem a experiência dos clientes no processo de compra por meio da tecnologia.
Bryan Müller | Foto: Divulgação
“A gente entende que atua como um elo entre quem pesca artesanalmente e quem consome os pescados, contribuindo para que a produção do litoral suba à serra e se expanda para a maior quantidade de pessoas possível. Poder contar com ferramentas tecnológicas que facilitem o acesso a esses produtos, como também o conhecimento sobre eles, traz mais protagonismo às famílias produtoras da região e dá identidade, e ainda mais valor, aos produtos comercializados. Agora, com poucos cliques, nossos clientes conseguem tanto fazer compras pontuais, unindo escolhas de pescados com produtos como o mel de abelhas nativas da Beeland, ou outros produtos dos demais parceiros, por exemplo, como também podem assinar nosso Clube de Pescados na modalidade “Surpresa” (com kit de pescados mensal sendo entregue com nossa curadoria) ou na “Você Escolhe” (na qual, mensalmente, o cliente escolhe o kit mensal de pescados que prefere). Antes, recebíamos encomendas por formulários complexos e pelo WhatsApp. Dessa forma, a gestão era difícil para nós e poderia ser confusa para o cliente. A nova loja virtual vem para beneficiar todos”, diz.
Olha o Peixe | Foto: Divulgação
Bryan também destaca que, no site, há a seção dos produtos que são “Novidades” e também os “Destaques”, que são os mais procurados e vendidos. Entre as opções estão filés de peixe, camarões limpos, diferentes frutos do mar, bolinhos de barreado e camarão, mel de abelhas nativas, o Banamel (o melado de banana 100% natural de Morretes), e até livro de receitas.
Entre outras opções de produtos oferecidos no site estão, por exemplo, o Sal Temperado para Pescados, do Chef Vavo Krieck, o Juçafé (café de grãos moídos e torrados da palmeira juçara), própolis, mel de abelhas nativas, pomada de mel, os bolinhos da Bolinhos Serra do Mar e um livro com 66 receitas de pescados do Paraná, feito pela Olha o Peixe com contribuição de comunidades pesqueiras, chefs de cozinha do Paraná e clientes da Olha o Peixe.
Olha o Peixe | Foto: Divulgação
Jeferson Belenda, fundador da Beeland, destaca que ter a oportunidade de comercializar, agora de forma online, os produtos que sua micro agroindústria produz é uma alegria. “Estamos muito felizes com a parceria e a possibilidade de expansão de venda de nossos produtos a partir do site da Olha o Peixe para o litoral do estado, mas também Curitiba e outras localidades. Criamos abelhas nativas sem ferrão da Mata Atlântica, estamos inserido no Rio Sagrado, em Morretes. Criamos e multiplicamos 15 espécies de abelhas nativas sem ferrão, temos mais de 200 colmeias e também plantamos e multiplicamos a palmeira juçara e outras árvores frutíferas e nativas da Mata Atlântica. Produzimos méis, extrato de própolis, e pomada de mel de abelhas nativas sem ferrão”, destaca.
Para Bryan, o novo site representa a realização de um sonho. ” A Olha o Peixe sempre teve o propósito de auxiliar o litoral a ter mais visibilidade no mercado. Queríamos que os consumidores conhecessem e tivessem mais acesso à nossa diversidade e qualidade de produtos locais. Estamos desde 2020 trabalhando na construção da Loja Virtual e preocupados com os diversos detalhes para termos, agora, uma ferramenta realmente eficiente e uma experiência fácil e interessante para os clientes que acessam o portal”, diz o empreendedor.
A Olha o Peixe surgiu em 2018 após projetos de pesquisa e extensão de Bryan no Mestrado em Sistemas Costeiros e Oceânicos (UFOR), que o aproximaram bastante das comunidades pesqueiras. A ideia ganhou fôlego para se desenvolver em 2020, a partir dos conhecimentos e da premiação com o 1º Lugar no Programa Natureza Empreendedora, organizado pelo Sebrae e pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. Desde então, segue em uma crescente. “O negócio da Olha o Peixe pode servir de inspiração para outros negócios pequenos e que atuam com produção local, como nós. Inspirar modelos semelhantes é o que queremos”, conclui o empreendedor.
Olha o Peixe | Foto: Divulgação
Desde 2018, quando iniciou as atividades, a Olha o Peixe já fez mais de 19 mil entregas de mais de 81 toneladas de pescados vendidos, sendo mais de 30 espécies locais, exclusivamente da pesca artesanal, e nenhuma ameaçada de extinção. Além de incentivar uma cadeia de produção e consumo sustentável, a empresa tem o compromisso de fortalecer e valorizar 122 famílias pescadoras parceiras, de 12 comunidades, residentes no litoral do Paraná. 55% da receita gerada é destinada a elas, valor que já soma R$ 1,2 milhões. De setembro de 2018 até agosto de 2024, foi possível os ganhos com a venda de pescados de algumas famílias de pescadores em até 200%.
Além disso, desde julho de 2024, todos os produtos da Olha o Peixe estão recebendo em suas embalagens e rótulos selos da Grande Reserva Mata Atlântica. A Grande Reserva, vale lembrar, é uma iniciativa voluntária que reúne diversos atores – públicos, privados, não governamentais e da academia – que, juntos, promovem ações de desenvolvimento regional com foco no turismo de natureza dentro do maior remanescente de Mata Atlântica do mundo, com cerca de 3 milhões de hectares de ambientes naturais conservados, localizado entre os estados de São Paulo, Paraná e Santa Catarina. Esta área é considerada um importante patrimônio natural, cultural e histórico, e a iniciativa visa promover este rico território como um destino de turismo de natureza, reconhecido nacional e internacionalmente. Os participantes da inciativa acreditam que a preservação e conservação da natureza são fundamentais para o equilíbrio do planeta e para as gerações futuras. Além disso, acreditam que o turismo pode ser uma atividade econômica positiva quando realizada de forma responsável e sustentável.
Para Ricardo Borges, coordenador de comunicação e parcerias estratégicas da Grande Reserva, ações como essas são muito importantes para a região, pois destacam os bons exemplos e as iniciativas de sucesso. “Para utilizar a logo da Grande Reserva Mata Atlântica em seus produtos, os empresários devem fazer parte da Rede de Portais, estarem de acordo com os princípios da iniciativa e passar por um protocolo de avaliação realizado por um grupo de trabalho específico para este tema. Desta forma, conseguimos dar destaque a quem está realmente comprometido com a busca por um desenvolvimento cada vez mais sustentável nesta região, valorizando os patrimônios naturais, culturais e históricos.” destaca Ricardo.
Escrito por Claudia Guadagnin, assessora de imprensa da Grande Reserva Mata Atlântica.