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Entrevista: Como, em menos de uma década, a Grande Reserva Mata Atlântica já revolucionou mentalidades em favor do patrimônio natural brasileiro?

Ricardo Borges, coordenador de comunicação e parcerias estratégicas da Grande Reserva, conta como a iniciativa vem promovendo a conservação da natureza e auxiliando na promoção de iniciativas voltadas à valorização do patrimônio natural, histórico e cultural no Brasil

Dia 27 de maio foi Dia da Mata Atlântica, uma data extremamente importante para se falar sobre a importância da conservação de um bioma tão valioso, considerado a segunda maior floresta tropical da América do Sul, atrás apenas da Amazônia.

Grande Reserva Mata Atlântica | Foto: Gabriel Marchi

Originalmente, sua cobertura se estendia ao longo da costa brasileira, desde o estado do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, entrando no continente até o Paraguai e a província Argentina de Missiones. Atualmente, é onde 72% da população brasileira vive, incluindo algumas das maiores cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Porto Alegre e Curitiba, concentrando também cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.

E foi pensando em promover diante da sociedade, do poder público e da iniciativa privada informações sobre o valor e a importância da conservação da biodiversidade e da Mata Atlântica para a saúde da vida na Terra e a eficiência de qualquer negócio, que a iniciativa Grande Reserva Mata Atlântica foi criada, em 2018. Você a conhece?

Nesta entrevista, Ricardo Borges, coordenador de comunicação e parcerias estratégicas da Grande Reserva, explica mais sobre a proposta. E mostra de que forma os estímulos à valorização desse enorme corredor ecológico de quase três milhões de hectares de Mata Atlântica, ligando os estados do Paraná, Santa Catarina e São Paulo, já vem promovendo verdadeiras transformações de mentalidade em favor do patrimônio natural.

1 – Dia 27 de maio é lembrado o Dia da Mata Atlântica. Poderia explicar de que forma a iniciativa da Grande Reserva Mata Atlântica contribui com a conservação e a proteção desse bioma, desde que foi imaginada, em 2018?

O Brasil é um país de proporções continentais. Poucos países tem o privilégio de conter, dentro dos seus domínios, seis distintos biomas, além dos ecossistemas marinhos. Neste contexto, a Mata Atlântica figura como a segunda maior floresta tropical da América do Sul, atrás apenas da Amazônia. Originalmente, sua cobertura se estendia ao longo da costa Brasileira, desde o estado do Rio Grande do Norte até o Rio Grande do Sul, entrando no continente até o Paraguai e a província Argentina de Missiones. Atualmente, é onde 72% da população brasileira vive, incluindo algumas das maiores cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, Porto Alegre e Curitiba, concentrando também cerca de 70% do PIB (Produto Interno Bruto) nacional.

Como resultado de séculos de ocupação e exploração desenfreada, este bioma teve grande parte do seu território destruído ou severamente alterado. Estima-se que restam apenas 12,4% de sua cobertura original no Brasil, que era de aproximadamente 1,31 milhões de quilômetros quadrados (ou 15% do território nacional). Adicionalmente, boa parte destes remanescentes se encontra em pequenos fragmentos, insuficientes para a manutenção de toda a sua riqueza biológica. As áreas mais bem conservadas de Mata Atlântica no país, ou seja, menos perturbadas e capazes de abrigar populações viáveis de suas espécies características correspondem a apenas 7% do que existia anteriormente.

Porém, é esta parcela diminuta que ainda guarda os principais segredos, belezas e riquezas desta que é uma das florestas mais importantes do mundo. No momento atual, todas as peças que restaram deste bioma são extremamente valiosas e devem ser reconhecidas e protegidas por todos os brasileiros. É por este motivo que datas comemorativas como o Dia da Mata Atlântica ajudam a aproximar as pessoas da importância da conservação deste bioma, do qual boa parte da nossa população depende. Vale lembrar que são essas áreas naturais que proveem os serviços ecossistêmicos essenciais para todas as nossas atividades econômicas e que garantem a qualidade de vida de boa parte dos brasileiros.

A Grande Reserva Mata Atlântica nasceu da convicção de que a preservação e conservação da natureza são fundamentais para o equilíbrio do planeta e para as gerações futuras. Defende que o turismo pode ser uma atividade econômica positiva quando realizado de forma responsável e sustentável, com potencial de promover uma economia restaurativa e melhorar a qualidade de vida de dezenas de comunidades tradicionais e históricas. Este trabalho oferece uma oportunidade única para a conservação de uma das áreas mais importantes em biodiversidade do mundo.

A iniciativa teve início em 2018 e busca o desenvolvimento de uma região com quase 3 milhões de hectares de áreas naturais não fragmentadas, abrangendo parte dos estados de Santa Catarina, Paraná e São Paulo. A Grande Reserva conecta Unidades de Conservação já existentes e auxilia na promoção de iniciativas voltadas à valorização do patrimônio natural, histórico e cultural.

É uma região de rara beleza que abriga o maior trecho contínuo remanescente deste bioma no mundo. Ainda mantém quase toda sua diversidade de ambientes e espécies da fauna e da flora, além de vasta riqueza cultural e histórica. Neste grande destino de turismo de natureza, prevalecem histórias inspiradoras de pessoas que dedicam a vida a proteger e valorizar a natureza e a cultura. São diversas as comunidades presentes no território, em especial indígenas, caiçaras e quilombolas. Além disso, empresários, educadores, funcionários públicos, pesquisadores, conservacionistas e outras muitas pessoas fortalecem a Grande Reserva a cada dia, principalmente a partir do trabalho em conjunto e dos objetivos compartilhados para o futuro da região.

Grande Reserva Mata Atlântica | Foto: Gabriel Marchi

2 – Quantos hectares de Mata Atlântica a iniciativa da Grande Reserva busca conservar? E pode explicar de que forma esse estímulo à conservação ocorre por meio dos trabalhos?

A delimitação deste território leva em consideração o habitat de espécies “topo de cadeia” como a onça-pintada, que precisam de grandes extensões ininterruptas de floresta para sobreviver. Desta forma, este exuberante maciço é composto por 2,7 milhões de hectares de florestas e outros tipos de vegetação e conta ainda com 2,2 milhões de hectares de área marinha. Cerca de 3 milhões de pessoas vivem nos 60 municípios que compartilham este gigantesco patrimônio.

 

Acreditamos que a vocação de territórios como a Grande Reserva Mata Atlântica é a Produção de Natureza, ou seja, um modelo de desenvolvimento focado em uma economia restaurativa, onde a boa conservação dos ecossistemas e o fortalecimento da cultura e história local são propulsores da geração de empregos e renda. A estruturação de um destino turístico com base na Produção de Natureza é um grande desafio que envolve diversos atores do território, e a adoção da metodologia de Impacto Coletivo e sua abordagem estratégica de colaboração intersetorial, oportuna para cenários complexos onde iniciativas individuais são importantes, mas insuficientes para resolver o problema que se deseja solucionar.

A iniciativa atua de forma a incentivar e catalisar a organização de grupos que atendam às características culturais, estruturais, ambientais e sociais de cada local. Para facilitar as discussões, o espaço foi subdividido em Setores e Portais, microrregiões que correspondem a delimitações regionais distintas, identificadas pela vocação/potencial turístico, através das quais o visitante poderá ter acesso aos atrativos naturais, culturais e históricos. A delimitação e nomeação dos Portais de acesso em cada Setor é realizada a partir de uma construção conjunta ao longo de reuniões com representantes locais. Assim, a Grande Reserva Mata Atlântica promove uma treliça de parcerias, que se estende desde as comunidades até ações regionais mais amplas.

O estabelecimento da Rede de Portais da Grande Reserva Mata Atlântica representa a criação de uma plataforma colaborativa, que facilita e estimula ações em conjunto envolvendo representantes das mais diversas áreas de atuação e também de diferentes regiões, que até então não vislumbravam possibilidades para a união de forças.

Fazem parte deste grupo instituições públicas, empresas privadas, organizações da sociedade civil e indivíduos que atuam para divulgar e promover o desenvolvimento sustentável, sempre de forma voluntária. A atuação de todos os membros é horizontal, sem níveis hierárquicos, onde todos são tratados igualitariamente. São organizações e indivíduos que se articulam em um processo colaborativo a partir de uma visão comum: “A Grande Reserva Mata Atlântica reconhecida nacional e internacionalmente como destino turístico pautado na conservação da natureza e valorização cultural e histórica, um destino turístico tão importante quanto Pantanal e a Amazônia”.

A Rede não tem dirigentes ou porta-vozes. As deliberações, quando necessárias, são tomadas em reuniões coletivas nas quais se busca sempre o consenso. Todos são potenciais porta-vozes da iniciativa, sendo que o grupo também incentiva ações de liderança por parte dos integrantes. As reuniões periódicas são o principal espaço de articulação e deliberação, assim como os diversos Grupos de Trabalho, criados por demanda dos membros para avançar em assuntos específicos.

Uma das peças-chave de todo o processo foi o estabelecimento de uma Carta de Princípios, que traz os principais ideais que unem estes membros em busca de um desenvolvimento sustentável para a região. Desta forma, as organizações e os indivíduos que forem convidados ou solicitem a adesão por iniciativa própria, devem estar de acordo com os seguintes itens:

  1. Compartilhar os mesmos objetivos da Rede de Portais com relação à divulgação e promoção da conservação do patrimônio natural e cultural e do desenvolvimento turístico sustentável;
  2. Subscrever à Carta de Princípios, comprometendo-se a segui-la;
  • Ter a concordância de todas as organizações e indivíduos que fazem parte da Rede de Portais.

Todos os membros da Rede de Portais representam bons exemplos a serem seguidos nas suas próprias comunidades, e devem ser valorizados e reconhecidos por sua atuação. Ao mesmo tempo, são os responsáveis por estabelecer e, sempre que possível, elevar a qualidade dos serviços e produtos sendo ofertados.

A Carta de Princípios não tem o intuito de segregar os excluir pessoas ou instituições interessadas em colaborar com a Grande Reserva Mata Atlântica. Ela é um documento norteador, indicando um caminho possível para que todos os membros possam atuar, individual ou coletivamente, em uma mesma direção.

3 – Quantas Unidades de Conservação existem no território da Grande Reserva? E quais são as categorias delas?

As Unidades de Conservação são peças fundamentais dentro do conceito de Produção de Natureza. Elas são a base de uma economia restaurativa, garantindo a existência de áreas naturais em suas muitas categorias, adaptadas às características e particularidades do local onde estão inseridas.

Em todo o Mundo, países com características e recursos distintos possuem ferramentas próprias para a proteção do patrimônio natural, porém a criação de áreas protegidas é uma das principais estratégias adotadas para este fim. No Brasil, o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), instituído no ano 2000 pela Lei nº 9.985, é quem estabelece critérios e normas para a criação, implantação e gestão das Unidades de Conservação.

São doze principais categorias com diferentes objetivos e características, das quais a maior parte já existe dentro do território da Grande Reserva Mata Atlântica. As Unidades de Conservação podem ser criadas em diversas instâncias: no âmbito nacional, onde o órgão responsável é o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio); no âmbito estadual, estas de responsabilidade dos órgãos ambientais, no presente caso, do Instituto do Meio Ambiente (IMA-SC), do Instituto Água e Terra (IAT-PR) e da Fundação Florestal (FF-SP); no âmbito municipal essa responsabilidade fica a cargo da Secretaria de Meio Ambiente do respectivo município.

Estas categorias são divididas em dois grupos:

  • Unidades de Proteção Integral: possuem como principal objetivo a proteção e conservação da natureza, sendo permitido apenas o uso indireto dos recursos naturais. Nestas áreas não pode haver ocupação humana e, no caso de Reservas Biológicas e Estações Ecológicas, a visitação não é permitida;
  • Unidades de Uso Sustentável: compatibilizam o uso e o manejo de parte dos seus recursos naturais com a conservação da natureza. Muitas populações tradicionais vivem nestas áreas, com exceção da Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN), que é enquadrada como de uso sustentável, porém de domínio privado.

Na Grande Reserva Mata Atlântica, a primeira Unidade de Conservação criada foi o Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira (PETAR), em 1958, seguido pelo Parque Estadual da Ilha do Cardoso quatro anos depois. Já na porção paranaense, a primeira unidade foi o Parque Estadual das Lauráceas, em 1979, onde também foi criada a primeira unidade federal, a Estação Ecológica de Guaraqueçaba, em 1982. Neste momento grande parte da Mata Atlântica já havia sido devastada por todo o Brasil após décadas de exploração extrativista. Remanescentes como esse se tornaram cada vez mais raros pelo país e sua importância para a conservação da natureza motivou nas décadas seguintes a criação de um extenso mosaico de áreas protegidas de diversas categorias por todo esse território, especialmente a partir dos anos 2000 com a criação do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC). Hoje, existem mais de 110 Unidades de Conservação dentro do território da Grande Reserva Mata Atlântica, isso representa uma das maiores concentrações de áreas protegidas em todo o território nacional.

Folder da Grande Reserva Mata Atlântica | Foto: Gabriel Marchi

4 – De que forma o poder público vem, ao longo dos anos, apoiando a iniciativa? E como isso beneficia o bioma?

A participação do poder público em todos os níveis é fundamental para o sucesso de iniciativas como a da Grande Reserva Mata Atlântica. Começando com o contexto municipal, que é o que impacta mais diretamente as ações no território, criamos em 2021 uma Carta de Adesão para municípios. É um documento de assinatura voluntária pela gestão municipal e traz compromissos com boas práticas de gestão para fortalecer todo o território. Dentre os pontos levantados estão:

  • Criação e/ou fortalecimento das secretarias de Meio Ambiente e Turismo;
  • Criação e/ou fortalecimento dos conselhos municipais de Meio Ambiente e Turismo;
  • Estruturar atrativos naturais e adotar a identidade visual da GRMA na sinalização destes locais;
  • Implantar um ponto de atendimento ao turista com informações sobre serviços e sobre as riquezas naturais;
  • Captação de recursos para restauro e preservação do patrimônio histórico municipal;
  • Associar-se as Instâncias de Governança de turismo;
  • Promover capacitações para empresários e empreendedores;
  • Incentivar negócios de impacto social e em conservação da natureza;
  • Colaborar diretamente com a implantação de Portais nos Setores da iniciativa GRMA como forma de fortalecer os negócios locais;
  • Implantação do Plano Municipal de Mata Atlântica – PMMA.

Hoje já alcançamos 36 assinaturas dentre as 60 prefeituras no território, o que consideramos um excelente resultado, pois demonstra que a maioria dos municípios entende que o desenvolvimento sustentável com base em uma economia restaurativa é um caminho viável para a geração de benefícios para sua população, em especial para promover empregos e renda para os mais jovens, que muitas vezes tem que deixar sua região em busca de melhores oportunidades em grandes centros urbanos.

A nível estadual e federal a iniciativa também busca, no decorrer dos últimos anos, obter sinergias com objetivos e planos de desenvolvimento para este território, especialmente apresentando a Produção de Natureza como um modelo viável e a própria iniciativa da Grande Reserva Mata Atlântica como uma metodologia replicável em outras regiões.

5 – Quantas pessoas hoje integram, como apoiadores, a iniciativa da Grande Reserva e qual a função que elas têm no grupo?

Hoje, a Rede de Portais da Grande Reserva Mata Atlântica conta com mais de 800 membros espalhados por todos os 60 municípios do território, além de pessoas de outras regiões, mas que tem interesse no trabalho sendo realizado e participam como parceiros apoiadores.

Este coletivo é bastante diversificado, já que é aberto e de adesão voluntária e sem custos, e conta com representantes de instituições públicas, empresas privadas, organizações da sociedade civil e indivíduos. Buscamos promover iniciativas e experiências turísticas conectadas com a natureza e a cultura local por meio de uma rede de gestão horizontal e sem níveis hierárquicos. Os únicos pré-requisitos são a assinatura da Carta de Princípios e o interesse em participar de um processo colaborativo. Nossos pontos de atuação incluem o estabelecimento de uma agenda comum, planos de ação conjuntos e troca de informações entre os membros. Articulamos, desenvolvemos e fortalecemos ações que visam a conservação e a valorização dos patrimônios natural, cultural e histórico do território.

Todos os meses os membros são convidados individualmente para reuniões de acompanhamento dos trabalhos, que tem como objetivos o acompanhamento de pendências, o compartilhamento de informações, a discussão de assuntos emergentes e a transparência de todas as ações realizadas. Todos os encontros possuem uma pauta previamente acordada e estão registrados em ata no website da iniciativa.

Além disso, também contamos com dezenas de grupos de trabalho temáticos, seja por Portais (distintas regiões que compõem o território), seja por temas de interesse, como cicloturismo e trilhas, marketing, birdwatching, tratamento de resíduos sólidos, entre outros. A cadência dos trabalhos é fruto da participação e da dedicação dos membros.

Folder da Grande Reserva Mata Atlântica | Foto: Gabriel Marchi

6 – Por fim, comente sobre de que forma a proteção do patrimônio natural, de maneira geral, pode ser capaz de evitar catástrofes climáticas como a que estamos vendo no Rio Grande do Sul.

A nível mundial, vivemos hoje um momento único na história humana. Nosso impacto nos ecossistemas do planeta fez com que a extinção em massa de espécies e as mudanças climáticas se tornassem uma realidade que já afeta o dia a dia da maioria das pessoas. Pela primeira vez estamos com falta de natureza. Vale ressaltar que até pouquíssimo tempo, apenas algumas gerações, tínhamos a falsa ideia de que os recursos naturais do planeta eram infinitos e poderiam ser explorados desta forma. Infelizmente a conta está chegando e muito mais rápido do que imaginávamos, mas ainda assim temos pessoas e setores da economia que ignoram estes efeitos e seguem consumindo nossos recursos naturais de forma desenfreada. Iniciativas como a da Grande Reserva Mata Atlântica buscam acabar de vez com esta falsa dicotomia entre a conservação da natureza e o desenvolvimento. Mais do que nunca precisamos pensar hoje em produzir natureza, seja na proteção das poucas áreas ainda bem conservadas, seja na restauração de áreas degradadas. Além disso, precisamos incentivar modelos de desenvolvimento mais modernos e qualificados que utilizem as áreas naturais bem conservadas como motores para a geração de empregos e renda, além de garantir a qualidade de vida das pessoas.

A Mata Atlântica é fonte de água para a maior parte da população brasileira, e a perenidade destes reservatórios está diretamente associada com o grau de conservação onde ele se encontra. Com o agravamento das mudanças climáticas, estas áreas naturais também são uma proteção contra eventos extremos, como chuvas intensas ou secas prolongadas. A diversidade biológica é, ao mesmo tempo, uma proteção contra pragas e uma fonte riquíssima de novas tecnologias, oriundas da biomimética (para a engenharia e o design), na descoberta de novos fármacos e até na exploração comercial de espécies frutíferas, méis e PANCs (Plantas Alimentícias Não Convencionais).

Ainda, não podemos esquecer da importância destas áreas para a saúde humana. A relação com ambientes naturais é muito mais profunda do que se imagina e o número crescente de pessoas em grandes centros urbanos vem demonstrando isso. O contato com a natureza pode ajudar na recuperação de pacientes, prevenir ou auxilia no tratamento de problemas psicológicos e aumentar consideravelmente a imunidade, entre muitos outros exemplos que relacionam ambientes naturais com a saúde física e mental. Contar com parques a disposição, de fácil acesso e bem estruturados, próximos à população é investir na qualidade de vida das pessoas e no pleno desenvolvimento de uma sociedade.

Grande Reserva Mata Atlântica | Foto: Gabriel Marchi

 

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